segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Das manias... A de escrever

Foi um dia bom, revê-lo depois do feriado prolongado, poder abraçá-lo, brigar com ele, irritá-lo, andar de mãos dadas...
Foi um dia bom, como é habitual não me interessei por matéria nenhuma que contivesse números e fórmulas, odeio números e odeio fórmulas e odeio e odeio e odeio.
Foi um dia bom, mesmo sabendo que a prova bimestral de Física era pra dali dois dias, mesmo sabendo que teria que rachar de estudar pra quem sabe passar com média azul, definitivamente não sou inteligente, ou pelo menos não me esforço nenhum pouco pra agradar ninguém, tenho certa mania de querer me dar bem e fazer só o que eu gosto. Mania que atrapalha um pouco, seria tão mais fácil fazer média com os outros, mania ridícula essa minha.
Mas, foi um bom dia bom!

Estava distraída, no fundo da sala de Português, sabendo que tinham alguns exercícios de literatura pra fazer, lembrando de ir à biblioteca entregar um livro, pegar outro, pedir mais prazo pro Luca ler Feliz Ano Velho, conversando, rindo. Eu fui pega de surpresa. Confesso ter ficado feliz, é claro! Era o que eu sempre esperei, que já inclusive tentei, afinal, não sei por onde começar, nunca sei em que ponto eu começo, é difícil, isso só precisava de um empurrão, o resto eu faria.
Parece que ele surgiu... Fui pega e adorei, imagina só, imaginei, mil coisas, mil palavras, se eu ganhar? Ah... Seria surreal, algo que eu sempre sonhei, sempre tive essa mania também, de sonhar acordada, talvez a hora de colocar o sonho em prática fosse chegar.
O fato é que a professora me chamou, eu levantei e fui até a mesa dela, certa de que ela iria falar que eu sou uma boa aluna, inteligente, mas que precisava parar de conversar, ou na melhor das hipóteses que ela me daria uma prova do Enem em branco pra eu estudar. Só. Mas pra minha surpresa ela me fez um convite.
Grande coisa, um convitinho, mas pra mim foi sim grande coisa finalmente alguém olhou pra mim com outros olhos e o pior é que eu nunca escrevi nada tão bom pra ela. Algo que eu julgasse bom realmente, aliás acho que não fiz nenhuma redação esse ano pra ela, não tenho muito costume de entregar redações na aula dela, uma porque ela não passa muito, outra que eu não tenho paciência pra escrever sobre temas idiotas. A minha mania de querer fazer e me dar bem no que eu gosto enfim...
Ela me levou até a porta da classe onde estava a professora de Filosofia (que me mandou certa vez ir pro inferno, mas estranho eu gosto dela de graça, sabe?), e me convidou sem a menor cerimonia pra participar de um concurso de redação (yeees!), Diário do Grande ABC. Em letras garrafais, podia até me ver ganhando o concurso, sem nem ao menos saber quantos candidatos são, o que eu ganho ganhando, mas só de ter sido convidada (grande merda!) eu fiquei hiperfelizona. Verdade. É o que eu quero pra minha vida, a única coisa que eu sei fazer... Escrever é uma incompetência mesmo! E eu confesso que sou inconpetente, afinal, única coisa. Mania ridicula de fazer bem só o que eu gosto.

Uma vez tentei participar de um concurso de redações do Itaú (por intermédio da minha mãe), não deu certo no final, sei lá, não tinha idade o suficiente, ou melhor, eu tinha mais idade do que o suficiente, mas isso faz tempo, eu estava na 8ª série, e muito mais preocupada em não passar de propósito na Ete. Velhos tempos de irresponsabilidade absoluta. Queria voltar mais algumas vezes...

Pois é, tomara que eu tenha uma súbita inspiração no dia que a equipe vai na escola, tomara que gostem de mim, tomara que eu faça uma puta redação, tomara que eu passe de fase, tomara que eu ganhe o concurso. E sei lá... Ganhando e saindo pelo menos uma redação no Diárinho eu ficaria feliz, sei lá... Isso não importa muito, o que importa é mostrar que eu escrevo sim, por excelência e completa incompetência.


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