sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Tarde vazia

Uma sala de paredes gema de ovo, outras laranjas, bexigas penduradas, um quadro branco, lápis, canetas e papéis, aula de inglês.
Olhava pela janela, via um pedaçinho da rua, ouvia Ana Carolina, por segundos fechava os olhos, deixava aquele lugar e ao reparar só tinha olhos pra ele, somente ele que via.
E ele é a razão, é o que me faz abrir os olhos todo dia e desligar o celular a despertar debaixo do meu travesseiro, com vigor, com a vontade de uma criança indo passar as férias na Disney; mas não, certamente o que me aguarda não são férias, eu acordo todo dia pra escolher um colar que combine com os brincos e pegar um ônibus lotado, no meio de uma multidão, e no meio da multidão eu não tenho olhos pra ninguém não vejo ninguém.
Faço isso só pra ter a chance de olhar mais uma vez para aqueles olhos e abraçá-los.
Luca... Nada é capaz, e não há de haver mais nada nesse mundo que me traga tanta paz, que me faça tão bem, que me faça tão melhor.

Paredes gema de ovo, algumas laranjas, um vento frio bateu, me fazendo voltar à...
Minha realidade longe dele.



quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Ele não pára.

Olhando pra daqui para o relógio me dá desespero, o ponteiro dos segundos percorrendo cada volta com mais velocidade, eu tenho medo que não dê tempo de fazer tudo que eu quero.
Eu quero fazer tudo ao mesmo tempo, eu quero mais tempo, eu quero tudo ao mesmo tempo, eu quero ter tempo pra não fazer nada.

Tenho pouca consciência, mas tenho uma certeza; não sou nem metade do que eu quero e vou ainda ser, ainda falta tempo e eu quero que ele voe.Mas olhando outra vez para o relógio dá vontade de parar no tempo, de olhar com mais calma pra tudo isso. Por que eu tenho tanta pressa às vezes? Por que eu quero ter tudo ao mesmo tempo?

Enquanto eu penso sobre o tempo ele corre pra longe de mim, o pensamento voa até Mario (sem acento mesmo!), ele dizia coisas incríveis sobre o tempo;


A Vida

A vida são deveres que nós trouxemos pra fazer em casa.
Quando se vê já são seis horas!

Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, passaram-se 50 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade,eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente iria jogando, pelo caminho,a casca dourada inútil das horas...
Dessa forma eu digo:não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo.
A única falta que terá, será desse tempo que infelizmente... Não voltará mais.

Mario Quintana

Talvez eu tenha que fazer isso, jogar longe essa inútil casca dourada das horas...



Dos Sentimentos... O Mais Puro.

Sono interrompido, ela abre os olhos com a visão ainda turva, o quarto escuro, a casa escura...
5:20 da manhã, ela está atrasada! Se estica, procura sua pantufa ao lado da cama, vai até ao banheiro se olha no espelho; "Meu olho piorou.". Arruma-se e faz toda rotina que alguém faz de manhã.

Entra no carro, pergunta como foi o jogo de quarta a noite, ensaia qualquer frase sem efeito, desce do carro "Tchau !" e vai esperar seu ônibus. O ônibus demora passar, sempre, mas ela prefere o esperar do que perder, manhã gelada, o céu de um cinza quase branco, a neblina não deixava quase enxergar um palmo em frente. Agosto.

Chegando lá, ela desce a rua, espera um carro passar fazendo barulho nos paralelepípedos, atravessa e dá a ele um beijo como bom dia. A manhã continua fria. Algumas palavras, risadas o portão do colégio vai fechar.

Andam pela rua, até o apartamento dele, um vento frio batendo e fazendo seus cabelos esvoaçarem, ela diz coisas sobre um filme qualquer, ele ri, brigam por causa do s jogos de quarta à noite, de mãos dadas eles chegam, entram no elevador, andam até o número 600 e alguma coisa.
Luz da sala acesa, capital inicial na Tv, os dois juntos, sincronizados.

Ela o ama e é impossível esconder, ele sabe que ela o ama, ela sabe que ele a ama.
Os dois nem se conhecem a tanto tempo, só o tempo de namoro, não foram antes sequer amigos, foram e são namorados, igual aqueles de romance juvenil, com todas as dúvidas, os medos, receios e a paixão.
Como aqueles que andando pela cidade você vê embaixo das copas das árvores no paço municipal, ou sentados nos banquinhos das pracinhas, ou por aí andando de mãos dadas, tendo o sorriso como o maior potencial.
Exatamente igual a tantos outros que por aí surgirão, talvez igual à você quando mais jovem, ou não. O certo é que os dois se completam, e ela tem orgulho de tê-lo consigo.
Ele a preserva, a faz feliz, a protege e acima de tudo a ama muito. Estampado na cara dos dois está com letras em negrito o amor.

Mais perfeito não podia ser, eles vivendo tudo que se há pra viver. Descobrindo um mundo inteiro apenas no olhar do outro.
Percebendo que o amor vai muito além daquele primeiro beijo na escada do colégio...


sábado, 25 de agosto de 2007

Fotografias...

Hoje eu acordei com vontade de ficar mais tempo dormindo. Hoje é sábado e o sol está lindo!
Começam as aulas de fotografia, eu confesso estar ansiosa, sempre fico assim em cada inicio de qualquer coisa.

Lembro que preciso comprar um caderno, adoro cadernos, livros, papéis, canetas, lapiseiras, agendas, enfim, todos os apetrechos que alguém usa pra escrever, ou ainda todas as bugingangas que alguém encontra numa papelaria da esquina. Mas eu prefiro as grandes, adooooooro me perder pelos corredores vendo papéiszinhos, pepélzões, canetinhas, clips e blá blá blá.
O pensamento volta e eu lembro que além de comprar um caderno eu preciso arrumar minha bolsa, lembro que o André chama essa minha bolsa de 'sacolinha de feira pra carregar laranjas', engraçado... Isso me lembra que no ano passado nas férias de Julho eu fiquei com a aliança do André as férias inteiras e a namorada dele quase terminou por isso. Se isso tivesse acontecido eu ia me sentir culpada, no mínimo.
Lembrei do almoço, não, eu não me lembrei a minha mãe lembrou pra mim, eu tenho 45 minutos pra almoçar, comprar um caderno e arrumar minha bolsa.
Sorte que eu já me arrumei, meu cabelo secou, eu já fiz a maquiagem e isso me lembra outra coisa... Eu não sobrevivo sem maquiagem, sou escrava dela, talvez por sempre ter convivido de perto com esse mundo da estética, mas minha mãe nunca prezou muito isso, nem nela nem em mim. Ela me ensinou que eu tinha que ter conteúdo, isso me dá medo... Será que eu tenho?
Voltando ao mundo... Eu preciso arrumar minha bolsa!!
Aliás que horário termina a aula? Procuro o papel que anotei, encontro, leio e uma preguiça me abate... Até as 17hs! São 3 horas lá? Eu tenho certeza que eu vou ficar com fome.
Lembro então do almoço e de levar um chocolate na bolsa pra comer durante a aula mesmo, nem um intervalinho eu terei, opá! a bolsa, eu preciso lembrar de arrumar minha bolsa, colocar canetas, lapiseira, borracha, meu perfume, minhas maquiagens, minha chave e... Lembrei! O chocolate porque eu tenho certeza que não sobrevivo 3 horas sem comer nada.
É eu lembrei que preciso fazer tudo isso logo porque hoje é o primeiro dia, eu não quero me atrasar, lembrei do caderno, minha mãe não vai querer parar em algum lugar pra comprar um caderno, vou levar um qualquer mesmo, aliás eu tenho que lembrar de pegá-lo.
Voltando pra onde comecei... Onde comecei mesmo? Ah... não sei, só sei que eu preciso ir agora, to ansiosa, ah... Eu já sei! Acabo de lembrar que quando eu estou ansiosa eu fico falando exageradamente, e como é de praxe fico balançando minha perna sem parar. O Luca não gosta disso, ele me persegue, mas é mania, uma delas que eu lembro que preciso mudar.
E o Luca onde estará agora?!

" Uma e meia Natália vem almoçar!"

pensamentos interrompidos... preciso ir.
Boa sorte pra mim (:

Preciso de algum remédio pra ansiedade, e um pra parar de sentir saudade e sem esquecer de outro pra curar minhas manias, ah... Claro ia esquecendo... Sorte que lembrei, preciso almoçar, comprar um caderno e arrumar minha bolsa.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Dos objetos: O espelho.

Vontade de sair sem rumo, sem lugar certo pra ir, sempre tive vontade de pegar o primeiro ônibus que passasse na minha frente e descer em outro lugar, um convite, um passaporte pra outro mundo, onde as coisas fossem de um jeito que eu não tivesse que ser papel principal na minha vida, um jeito coadjuvante de olhar pra si mesmo.

Às vezes a gente olha pra si mesmo e vê que aprendeu a caminhar sozinho, e isso me dá um certo orgulho, afinal, eu gosto de ser quem eu sou, de seguir e sempre querer ter o meu caminho.

Vontade de sair sem rumo, vontade de esquecer um pouco de tudo, de ficar só comigo, vontade de ver o sol se pôr, sumindo no horizonte da cidade. Um céu meio azul, meio avermelhado, meio cinza, onde toda aquela pressa do meu dia-a-dia fosse pra longe, onde eu pudesse me transportar pra um mundo meu, só meu...

Já pensou nisso? Ter um momento só seu, sem ninguém, a sós consigo mesmo, aquela solidão gostosa, aquelas lembranças de tempos atrás voltando... Um espelho que refletisse você como era antes, você iria gostar de se olhar?

Eu mudei e todo mundo muda, agora eu não queria voltar atrás, mas já quis mil vezes, tentar consertar erros, mas hoje eu olhando pra trás enxergo que no fim tudo tinha que ser assim mesmo.
Lembranças são boas, elas nunca me deixaram, mesmo quando eu forcei esquecer algumas coisas, elas não me deixaram... Nunca.
Pensei mil vezes o porque das amizades acabarem, o porque da gente crescer e ser tratado de uma forma fria às vezes, ou menos carinhosa, mas enxerguei que tudo isso acontece pra que você cresça.

Eu não lembro sequer do nome de algumas "amigas" minhas do prézinho ou do primário, aquelas que a gente dizia que seriam pelo resto da vida, que falávamos que seriam madrinhas dos nossos filhos. Estranho, elas gostavam de mim, eu gostava delas e nós nos davamos bem, porque coisas assim tem fim?
Talvez pelas mudanças (retomando o ponto inicial do pensamento), ou então porque a gente simplismente cresçe(ponto do pensamento número dois).
Uma coisa é fato; não tem porquê continuar uma coisa que não dá mais, que não tem nada a ver, coisas assim tem prazo de validade marcado com letras em negrito no rótulo.
Enfim, as amizades acabam, a gente muda com o término de todas elas, e muda com o ínicio de muitas outras coisas, a gente muda porque faz parte toda essa mudança, faz parte do nosso crescer, faz parte do nosso mundo adulto que logo logo estará dando as caras por aí.
Crescer, mudar... Tudo isso compondo quem seremos, ou o que nós somos, talvez...
Ah... isso são coisas pra outro assunto, coisas sobre nós mesmos, que somente nós mesmos temos direito e conseguimos entender e explicar.
Mas será que é necessário?

Não precisamos fazer nada basta sermos o que somos!

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O primeiro dia


Os olhos brilhando com esse novo espaço, lugar em que eu poderei me expressar, contar coisas, inventar outras...
Sem pretensão nenhuma de ser lida por ninguém, apenas fico feliz por ter um lugar meu, compartilhar um pouco da Natália Alves com o mundo todo (afinal estamos falando de Internet).
Estranho mas, com a idade que eu tenho e no mundo que eu vivo, muitas coisas ficam pra trás, muitas coisas das que eu quero falar, muitas outras que são meus segredos perpétuos. Acho que aqui não terei isso, será mais uma reinvenção de mim mesma, poder falar comigo, daqui um tempo ler, perceber as mudanças, conseguir me entender.
Especificações à parte; Sou Natália de Melo Alves (y)
Não que eu me defina sendo apenas um nome, mas isso depende muito, nem sempre a gente sabe muito bem quem é, principalmente quando se tem 16 anos, mudanças constantes no meu comportamento,mas sempre prevalecendo a Naty normal, engraçada pra alguns, séria pra outros, mas pra mim eu sou apenas uma garota com sonhos que estão cada vez mais perto, objetivos brilhando ali perto dos meus dedos, só se esticar um pouco pra tocá-los...
Como falar de mim sem falar dos meus sonhos?!
Todos tão novos, tão meus, tão antigos, tão contraditórios. Sonhar é sempre bom, os meus sonhos me impulsionam, me movem, as minhas vontades me fazem ser o que eu sou.
Mas nem sempre o que a gente enxerga em volta fica de acordo com os nossos sonhos, mas desistir deles eu não vou assim tão fácil. Podem chamar do que for, teimosia, inconsequência, ou a mania adolescente de se dizer mais forte que tudo, mas facilmente eu não vou desistir.
Tá na personalidade de repente, sei lá, enfim...

O espaço continuará aqui, pra quem quiser ler, quem quiser saber, mas especialmente pra mim, pra poder ser realmente quem eu sou e às vezes não consigo, pra eu poder fazer meu mundo, minha mente, minhas idéias, pra eu finalmente me encontrar e poder dizer com toda clareza que sou mais do que somente isso.