quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Ouvi Dizer

Hoje como em outros dias desse ano que ainda não completou um mês eu vivo a preocupação, a ansiedade, a inquietação que viverei até meados de Agosto e que se estenderá até Novembro, Dezembro...
De repente o relógio marcava hora de acordar, já não havia mais espera, já não havia mais comodismo, não haviam razões , não havia mais tempo, o momento era ali e agora, e o relógio parecia não estar cansado de ter dado as inúmeras voltas que o fizeram chegar a este ponto.
Eu não reparei, eu não quis pensar, eu adiei o máximo que pude, mas aqui está ele, o momento.
Escolhi o agora, não o depois.
Vesti as armaduras, tomei a dose extra de coragem, disposição, peguei o binóclo pude ver meu sonho de perto, cada vez mais perto, os objetivos que um dia desenhei em pensamentos soltos dependendo apenas de um único passo.
Ouvi dizer que quem tem um sonho não dança. Resolvi correr atrás de mais uma Ideologia.
A cada dia sinto o sonho mais perto...

A vida, o tempo,os sonhos não, nunca param.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Às vezes eu digo "Tudo bem, não foi nada." com um nó na garganta, às vezes eu finjo que não sei o porquê , às vezes eu me finjo de joão sem braço, me acomodo e assisto à cena.
Já vi um filme assim, mas não posso concordar com o fim.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Almas Perfumadas

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.
De sol quando acorda.
De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede...Que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça.
Lambuzando o queixo de sorvete.
Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus.
De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo.
Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que...A gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas...Que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza.
Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria.
Recebendo um buquê de carinhos.
Abraçando um filhote de urso panda.
Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra...No nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa.
Do brinquedo que a gente não largava.
Do acalanto que o silêncio canta.
De passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume...Que vem de dentro e que a atração que realmente nos move...Não passa só pelo corpo.Corre em outras veias.Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está conosco, Juntinho ao nosso lado.
E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Tem gente como você que nem percebe como tem a alma Perfumada!E que esse perfume é dom de Deus.Como é maravilhoso ter amigos...
Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Não Pára

Eu sei que aos seus olhos todas as minhas lágrimas são sinal de fraqueza.
Mas não serão suas palavras que me farão desistir. Não tão cedo assim.

"mas se você achar que eu derrotado saiba que ainda estão rolando os dados, porque o tempo..."

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Dos Reflexos Involuntários

Ela olhava para os meus olhos, com seus 1.50cm de altura, como ali dentro daquele corpo podia caber tanto saber sobre mim?
Me mudei para esta rua em algum mês pelas bandas de Outubro, eu tinha apenas sete anos e brincava e andava de bicicleta com os joelhos esfolados pelos tombos corriqueiros.
Ela me disse coisas sobre o mais íntimo de mim, disse que eu escolhi uma capa e vesti, que eu me senti bem com ela, que fiz dela minha segunda pele.
Comecei a voar longe, imaginei uma loja onde vendiam-se máscaras novas, capas e peles, repletas de hipocrisia, ou do que você quisesse. Imaginei meu armário com capas de intelectual, de escritora, de sonhadora, máscaras pra combinar o look.
Ela me dizia que a minha capa atual era a de Natália madura, mas que a Natália de verdade queria colo, queria ser a garotinha. Ela me disse sobre minhas cobranças, de tentar sempre ser o melhor possível, de às vezes se decepcionar consigo mesma. Me disse que eu me questiono muito e que têm coisas na vida que deveriam ser aceitas com mais facilidade.
Chegando em casa abri meu armário de capas, resolvi guardar a minha só por esta noite, ser um pouco mais eu mesma, amanhã volto a vesti-la e a me defender dos reflexos de outras capas e máscaras.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Espelho Quebrado

A camisa social com mangas dobradas, aliviando o calor que faz em janeiro, os sapatos engraxados com graxa barata.
Tirava a carteira do bolso, junto com as chaves e jogava-as em cima da mesa, elas amanheceriam ali, onde de manhã atrasado você procuraria aos berros onde é que elas se esconderam.
A rotina se repetia como curtas em nossas vidas, sua vida era minha, minha vida nessa época ainda era sua, de repente a gente foi mudando como as estaçõs de Janeiro passamos à Julho, Agosto, e nada mais faria diferença.


Tivemos tantas épocas, ás vezes achei que não daria mais, fui forçada a crescer de uma hora pra outra e isso causou os danos que hoje a gente sabe quais são.
Quis por vezes e vezes jogar tudo pro alto e mostrar que eu sabia quem era, que eu sabia que seria mais, que eu podia sim ser o que eu quisesse, e não seria você que me derrubaria, não tão fácil assim.
Dias de aula, dias dificeis, os dias que juntos formam anos de conflitos internos entra nós mesmos.
A camiseta com desenhos de peixes, o boné do time do coração, as lembranças que hoje me restam, as brigas que às vezes eu tento esquecer, não ligar, deixar pra depois, pra manhã, pra quem sabe tentar aceitar o espelho que nos reflete.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Crônicas, contos, fragmentos de mim mesma

Eu tenho um caderno, e tive também a idéia de começar a escrever nele logo que ganhei-o da minha mãe. Eu sempre adorei cadernos, agendas e todas quinquilharias que existem numa papelaria.
Enfim, ganhando o tal caderno minha vontade absurda foi a de escrever alguma coisa ali naquele papel pronto a ser o que eu quisesse que ele fosse, de repente um conto uma crônica, uma bolinha arremessada ao lixo.
O papel de papel reciclado ali na minha frente com cheiro de caderno novo de papel reciclado.
Comecei a escrever na empolgação que tenho sempre quando ganho cadernos, canetas, agendas ou qualquer outra quinquilharia que existe em uma papelaria.
Tenho folhas e folhas, escritas à Bic azul, tentando caprichar na minha letra meio sem forma definida, algumas páginas com coisas que escreveram pra mim, coisas que me fazem lembrar de como eram as coisas no tempo dos cadernos mais modernos de folhas de papel reciclado.
Lendo meus contos que na época eu jurava serem crônicas, eu fico lembrando desse passado de ano que se foi, dos detalhes que ali eu coloquei de mim, do jeito como eu era, e de como abandonei o caderno e a caneta Bic.
Troquei-os por um blog com template feio, joaninhas perdidas meio nada a ver com o contexto de pensamentos, guardo hoje meus contos, crônicas e textinhos furados (na maioria dos casos) em um arquivo virtual, sem folhas recicladas, sem cheiro bom de caderno novo. Talvez eu tenha mudado e escolhido olhar sempre para essa tela branca, onde não mais escrevo, mas publico. Ainda sim é como se eu estivesse aqui mergulhada em um infinito diário vicioso, no qual eu continuo incessantemente o que talvez seja essencialmente o meu eu;
Escrever.