terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Dos Reflexos Involuntários

Ela olhava para os meus olhos, com seus 1.50cm de altura, como ali dentro daquele corpo podia caber tanto saber sobre mim?
Me mudei para esta rua em algum mês pelas bandas de Outubro, eu tinha apenas sete anos e brincava e andava de bicicleta com os joelhos esfolados pelos tombos corriqueiros.
Ela me disse coisas sobre o mais íntimo de mim, disse que eu escolhi uma capa e vesti, que eu me senti bem com ela, que fiz dela minha segunda pele.
Comecei a voar longe, imaginei uma loja onde vendiam-se máscaras novas, capas e peles, repletas de hipocrisia, ou do que você quisesse. Imaginei meu armário com capas de intelectual, de escritora, de sonhadora, máscaras pra combinar o look.
Ela me dizia que a minha capa atual era a de Natália madura, mas que a Natália de verdade queria colo, queria ser a garotinha. Ela me disse sobre minhas cobranças, de tentar sempre ser o melhor possível, de às vezes se decepcionar consigo mesma. Me disse que eu me questiono muito e que têm coisas na vida que deveriam ser aceitas com mais facilidade.
Chegando em casa abri meu armário de capas, resolvi guardar a minha só por esta noite, ser um pouco mais eu mesma, amanhã volto a vesti-la e a me defender dos reflexos de outras capas e máscaras.

2 comentários:

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

Capas e máscaras quase sempre não escondem o essencial... ainda bem!