terça-feira, 16 de outubro de 2007

Nunca mais parece triste

Foi como perder o chão, foi como água que escorresse entre os meus dedos, foi como a dor de perder a Copa de 98, foi como a dor de perder a libertadores pro Boca Juniors em Tóquio. Foi péssimo.
Eu tentei não ligar, eu tentei ser mais forte, até jurei não vir aqui escrever sobre isso, tentei não deixar que isso ultrapassasse a barreira entre minha cabeça e os meus gestos. Eu tentei não chorar. Eu juro que tentei.
De repente o que eu achava que daria certo deu errado, de repente era mais um quadro que eu não desejava ver na parede da memória. De repente eu não faço isso muito bem, de repente...
O que me consolava naquela hora eram aqueles olhos, tão límpidos, tão sinceros, banhados de um brilho que um dia me conquistou, os mesmos velhos olhos de sempre.
Outro estranho fato foi notar o título do livro que estava na minha mão. Muita irônia do Sr. Destino, o livro que eu havia pego semana passada na biblioteca chamava-se "No fim dá certo", do Sabino. Eu gosto dele. Quem sabe se eu escrevesse biscoitos como ele ganharia o que eu tanto queria.
Os olhos, o título, tudo isso me fez pensar. Talvez eu devesse gastar menos tempo da minha vida pensando, talvez eu devesse aprender a pensar direito, a me expressar direito, a... Enfim.

O certo é de que a vida continua, que os sonhos não terminam assim. Pelo menos não agora.
Eu vou continuar, eu tenho os velhos e tão amados olhos, e eu tenho a vontade que não me deixa parar. Lágrimas pra depois, chorar agora é uma bobagem.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Das mediocridades; a de meter o nariz onde não se pode.



Meu Deus!! A blogosfera está sendo invadida!
Extra extra extra!!



Eu sou do tempo que "bloguê" era pra quem gostava de escrever, escrevia bem e acima de tudo tinha um vocabulário com mais de... 100 palavras (incluindo a regrinha do 'RR' na separação de sílabas)
O que conforta é saber que os textos aqui inscritos são de minha autoria (como se isso valesse muita coisa). E que eu sei regras gramaticais. Ou seja, qualquer gafe é mero acaso.

Não que a Blogosfera seja lugar apenas pra quem quer seguir, ou já é escritor, jornalista, publicitário e etc. Os blogs são de uso aberto, mas cabe bom-senso na hora de se expor e expor seus textos na web. é claro se você tiver a coragem de expor o que você "escreve".

A cada dia 75 mil blogs são abertos, o que dá uma alarmante proporção de 1 blog a cada segundo. Será que todo mundo aqui tem méritos suficientemente convincentes pra estar aqui? Um espaço gratuito, onde até corretor ortográfico tem (sorte de muita gente que não sabe dividir nem sílabas), onde você pode encher mil linguiças escrevendo mil bobagens, que seus "miguxinhos" vão ler e achar um barato. É a nova onda!

Todo cuidado é pouco, templates são abduzidos, banners, e quiçá (você sabe o que essa palavra significa, ou você tem o vocabulário de menos 100 palavras?) textos. Pois é que viva o Copyright e vamos que vamos, rumo à uma blogosfera cada vez mais... Medíocre.




ps: Todos os direitos reservados a minha opinião, de quem gosta de escrever, escreve rasoávelmente bem e acima de tudo conheçe mais do que 100 palavras. E porquê não ressaltar sabe o uso do RR. (:

domingo, 14 de outubro de 2007

Promessas

Choro de dor, tristeza, culpa... Saudade.
Choro de alegria, lembranças, amor... Vontade.
Procurando entender cada lágrima que escorre pelo rosto. Em silêncio.
Ninguém pode ouvir, ninguém pode perceber. Suas dores são suas. E disso eu sabia exatamente.
Dor, tristeza, culpa... Saudade. Incansavelmente. Perdão.

sábado, 13 de outubro de 2007

Enfim...

Peguei uma revista pra folhear enquanto dava o horário da aula de inglês começar. Sentei no parapeito da varanda, enquanto o sol brilhava no alto de um céu que há tempos não chovia. A capa era sugestiva. Verde com um baseado no centro. Achei legal, sei lá polêmico no mínimo.
Fui até o sumário achei a página da matéria de capa. Super legal.
Li página por página enquanto poucos minutos se passavam. Fiquei metade da aula de inglês pensando se no Brasil o que funcionaria era legalizar logo o uso de 'certas' drogas, ou era proibir mesmo e haver maior fiscalização quanto autoridades corruptas (como se isso fosse possível).
Na realidade eu qcho que o buraco é mais embaixo, e bem mais. Talvez seja mais comodo, ou mais lucrativo a marginalização das drogas. A maconha por exemplo na Hlanda não é tida como tão nocíva assim. é vendida abertamente, em cada esquina, não sabia que lá você poderia escolhar a variedade que quisesse da Cannabia Sativa. Acho que talvez essa seria a solução para o Brasil acabar de vez com o tráfico. Cada um tem o direito de escolher autodestruir-se.
Você tem capacidade pra ingerir drogas? Pra tomar altas doses de alcool, pra fumar um baseado? Seria simples. Puramente simples se as pessoas tivessem a consciência de que as consequências serão vividas por elas próprias. Mas consciência tem um buraco mais fundo também, o brasileiro tem muitas coisas pra reformar nele próprio para depois reformar o Senado, o Congresso e Brasília toda.

enfim...

Charme brasileiro de alguém sozinho a cismar

Ouvindo músicas de um ano atrás, parando pra pensar o que tanto eu mudei, o que tanto me mudou, o que tanto mudou nessa vida. As coisas poderiam estar paradas no tempo.
E você poderia nem ao menos ter surgido. Eu poderia estar do jeito que eu sempre fui, e como estou nesse instante.
Alguma coisa em mim está aos avessos, uma saudade de não sei bem o que, o choro engasgado na garganta. O anjo triste voltou a me fazer companhia. Eu não faço idéia do que poderia ter acontecido comigo se não fosse você ter originado um rumo compreensível a ela.
E agora eu estou sem ninguém, me perguntando porque o relógio anda tão devagar, me perguntando até quando isso vai durar. E eu nem sei ao certo te dizer o que vai ser, e eu não sei nem ao certo te dar certezas do meu futuro, eu não sei porque eu estou assim.
Tudo girando na minha cabeça, como se eu procurasse algum motivo ideal pra estar aqui. Perdida entre você e mim.
As lembranças, tudo que eu poderia ter sido, nada faz sentido sem você.
Eu poderia ser alguém que não sou hoje, mas será que valeria a pena?
Dói saber que talvez eu venha a te perder por nada, que talvez um dia todo meu sonho acabe. Saber que talvez um dia tenha que viver sem você, que alguém inventou que o pra sempre tem sempre um fim, eu queria ser pra sempre quem eu sou com você. Ser o meu melhor, te dar o meu melhor, são momentos, cheiros, olhos. É uma vida inteira entregue a mim.
Hoje o meu maior desejo e maior empenho é te fazer feliz. Mas estar longe de ti é ruim.
Desejo por um segundo desaparecer, ter de volta você. Você. Você. Só você.

Aonde está você agora além de aqui dentro de mim?! ♪

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

17:00 horas

Um céu azul que não queria chover. Calor de verão em Salvador, mas estavam em São Paulo, em baixo de um céu cinza que não tinha a menor intenção de chover.
Não ia chover. O calor já estava fazendo-os transpirar cada gota da água gelada sem gás que compraram de um vendedor ambulante.
Trânsito. Os termômetros digitais marcavam 35°C, eram 17:00 horas.
A cabeça prestes a explodir, deixando pensamentos borbulhantes espatifados em todos os cantos da imensa São Paulo. O céu cinza, o trânsito, calor. Calor. Sol, ambulantes, água sem gás, suor, buzinas, pessoas, stress.
Rotina de dias nessa cidade grande. Às vezes ventava, às vezes chovia, mas esse calor de hoje matava-os devagar, fazendo-os cozinhar dentro daquela caixa de metal, parados esperando um bendito sinal verde dizer que já podiam seguir pela a avenida parada.
Verde. Vermelho. Verde. Vermelho. Verde. Vermelho. Verde. Vermelho. E mais nada.
Até a vida resumiria-se a somente isso?
E já eram 17:01.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Momento

O tempo passou, assim como passaram-se tantas coisas pela minha vida.
Quando notei eu estava ouvindo palavras bonitas, daquelas bem ensaiadas que fazem meu coração pular quando as ouço vindas dele. Eram seis meses de completa confusão no meu coração. Naquela altura do campeonato eu encenaria cenas de filme americanos, recitaria poemas, plantaria uma bananeira, faria qualquer coisa. Eu estava explodindo de alegria.

Meses não passam de dias, horas, minutos, segundos... Sei lá. A palavra 'momento' define exatamente o que foram os seis meses. Cabe tudo em um livro gigantesco de romance, ou num quadro pintado com todo prazer, cabe numa canção, num olhar, cabe principalmente em dois corações, dos quais um deles é meu.
Nem sei como chegamos até aqui, não faço a menor idéia de onde surgiu a idéia de sermos felizes. Não era minha intenção. Eu na época queria ficar com um garoto que foi gentil comigo, que me fazia bem como amigo, me tratava de um jeito diferente dos babacas de mais ou menos uma década e meia.Eu tinha acabado de completar 16, e não faz diferença nenhuma esse detalhe. Mas acabou que deu certo, sei lá. Têm coisas na vida que são pra ser e ponto final. Conosco talvez tenha sido assim. Foi como se tudo colaborasse e de repente estávamos há seis meses.
Tempo considerável. Em seis meses deu pra gente fazer muita coisa que pessoas com uma vida toda pra trás não fizeram. Ou não souberam fazer, enfim...
Foi tudo lindo até aqui, e eu costumava não dar certeza de nada, até porque como diz a canção o amor não tem que ter sempre certeza. Naquela época eu não sabia se era como Cazuza cantava; Doença ou paixão se ia durar ou não. Eu vivi de um jeito estranho, que eu pensei que nunca fosse capaz de viver. Mas tanta coisa a gente pensa que não é capaz e de repente fica ali nas nossas mãos. A maior responsábilidade é que essa coisa tratava-se do coração de alguém. Eu fiz o melhor que pude e talvez tenha dado certo.

O que era um caso virou um romance, o que era uma mania minha de persistência acabou virando paixão, o que foi um dia paixão em todo seu fervor hoje é a essência do puro amor.

ps: para o meu Luca.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

O que te faz feliz?

Toda vez que eu melhoro tem mais coisas pra eu melhorar. Talvez a minha vida resuma-se a isso o tempo inteiro, depois que eu conseguir ultrapassar um obstáculo terá mais milhões de outros.
Toda vez que eu me supero, tem mais aspectos a serem superados. E confesso que tudo isso torna-se chatice perto do que minha vida podia ser se não fosse essa cobrança incrível que eu e os outros fazem.
Melhorar é sinonimo de progredir. Ás vezes em algumas coisas eu regrido, mas nunca aceitei me sentir menos que ninguém. Às vezes a vontade que se tem é de fazer a diferença. De melhorar só o que você acha necessário.
Mas há pessoas que te observam, tem gente que olha por você, estão sempre ali a postos, prontos pra te dizer o que fazer, onde ir, do que gostar, como falar, como agir e no que você deve melhorar.
Nadar contra a corrente nem sempre é fácil, decidir onde você deve progredir, escolher o que você tem e quer fazer. Nem sempre é simples. Quem disse que tem de ser simples? É crescimento. Conhecimento por si só. Mas está aí a graça de se viver.
decidir viver por si só, são suas escolhas, suas consequências e sua vida. É tão normal errar, quanto querer melhorar. é fácil, é simples, é como diz Cazuza é bossa, é nova.
"Nadar contra a corrente pra fortalecer os músculos"¹.

"Fazer o que te faz feliz"².



¹frase citada em letra de música do poeta exagerado; Cazuza
²Frase citada em letra do Cbjr

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Eles.

Ela tinha um jeito estranho de andar, um cabelo que teimava em pairar no ar. Um certo hábito de balançar as pernas incansávelmente, uma certa impulsividade irritante, e às vezes a inconvêniencia de sempre. Às vezes. Ela era estranha como ele mesmo diz, magrela, pequena com um ar de quem ainda não cresceu metade do que tinha de crescer. Empinava o nariz e desandava falar sobre coisas das quais não entendia nada, às vezes o convencia, às vezes não. Falava sem parar, perdendo a linha de raciocínio sempre, metia-se todo dia como escritora de qualquer texto furado, na opinião dele ela dizia palavras complicadas. Talvez tivesse que disfarçar a completa falta de jeito com alguma coisa.
Tinha um jeito tímido aos primeiros olhos, realmente ela não queria passar o que ela não era. Nunca teve jeito pra coisa nenhuma que não fosse direcionada à ela. Sempre quis ser melhor que todo mundo naquilo que ela dizia fazer bem. Às vezes a teimosia era tanta que não sossegava até conseguir chegar ao ponto que desejou. Egoísta.
Mas talvez tenha sido esse jeito de pato ao andar, esse cabelo que teimava não parar no lugar e seu nariz empinado que o tenha encantado. Sei lá.
O coração não tinha nenhuma razão, escolher apaixonar-se por uma garota que era como mil outras garotas nesse mundo. Ela tentava fazer tipo de intelectual, mas conversava com as amigas sobre o pior seriado de Tv.
Mas ele se apaixonou, e ela não fez nada, apenas teimou. Teimou de que tinha que tê-lo não importava como, e sua impulsividade a fez tomá-lo uma semana depois do primeiro olhar. Ela havia conquistado o mundo, e se sentia toda poderosa, o nariz tinha aumentado de empinadez e ela desfilava com ele de mãos dadas.
Certa de que não ia se apaixonar. Ela lá era mulher daquilo?
Mas ele era o homem pra isso.
Ele cabia exatamente nos sonhos dela e no jeito de pato que ela tinha de andar. Alto, forte o oposto da garotinha que tentava empinar no nariz. Desencanado, inteligente, o posto da garota que tentava impressionar escrevendo coisas sobre seu mundinho, que tinha ambições que no minímo estavam longe dela...
Os opostos se atraíram, mera coincidência e teimosia da parte dela.
Ele se apaixonou pelas palavras que ela desendava a falar, pelos passos de pato e pelo tufinho de cabelo teimoso.
Ele se encaixou à ela como se fosse a única peça do quebra-cabeça da vida que dava justamente com ela.

Luca e Naty não eram nada parecidos, ele era de Touro e ela tinha 16.
E quem irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer que não existe razão?

ps: eu te amo!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Azul celeste

E subi a avenida com passos largos de quem tenta alcançar alguém. Não sabia quem eu tentava alcançar mas já estava quase correndo.
Um raio daquele sol de primavera invadiu meus olhos, mesclou de luz os meus cabelos, me fez sentir mais quente.
A grama estava verde, e sem querer olhando pro céu que havia sido pintado de azul reparei que meu caminho tinha mudado. Estranho eu nunca passava por ali. Pensei em voltar, mas não hesitei em seguir minha mente sem prestar muita atenção.
O dia estava lindo. Admirei o pouco do céu que conseguia ver entre as nuvens e prédios.
Subia rua, virei a esquina. Uma criança olhou pra mim de dentro de um portão, berrou um oi com a voz rouca, eu olhei sorri e segui em frente à passos largos de quem tenta alcançar alguém, no meu caso sabe lá o que.
Passei na pracinha, bem no alto pude ver um mundo cheio de contraste. Lembrei dele, alguém estava sentado no 'nosso' banco. As folhas voavam na grama que era verde.
O céu havia sido pintado de azul por alguém talvez exatamente como eu, andava às vezes com pensamentos estranhos, uma certa luz nos olhos e passos largos de quem quer alcançar alguém.