segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Espelho Quebrado

A camisa social com mangas dobradas, aliviando o calor que faz em janeiro, os sapatos engraxados com graxa barata.
Tirava a carteira do bolso, junto com as chaves e jogava-as em cima da mesa, elas amanheceriam ali, onde de manhã atrasado você procuraria aos berros onde é que elas se esconderam.
A rotina se repetia como curtas em nossas vidas, sua vida era minha, minha vida nessa época ainda era sua, de repente a gente foi mudando como as estaçõs de Janeiro passamos à Julho, Agosto, e nada mais faria diferença.


Tivemos tantas épocas, ás vezes achei que não daria mais, fui forçada a crescer de uma hora pra outra e isso causou os danos que hoje a gente sabe quais são.
Quis por vezes e vezes jogar tudo pro alto e mostrar que eu sabia quem era, que eu sabia que seria mais, que eu podia sim ser o que eu quisesse, e não seria você que me derrubaria, não tão fácil assim.
Dias de aula, dias dificeis, os dias que juntos formam anos de conflitos internos entra nós mesmos.
A camiseta com desenhos de peixes, o boné do time do coração, as lembranças que hoje me restam, as brigas que às vezes eu tento esquecer, não ligar, deixar pra depois, pra manhã, pra quem sabe tentar aceitar o espelho que nos reflete.

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