domingo, 11 de novembro de 2007

Das cartas não enviadas

Lu,

Às vezes eu acho que é melhor ficar sem falar com você quando a gente está longe, mesmo com essa distância de corpos eu enxergo você aqui no meu dedo, eu enxergo você em cada lágrima que escorre pelo meu queixo. É você que se reflete em tudo que eu faço, você que dita a ordem das coisas que eu faço. É você.
Digito qualquer coisa nesse teclado diferente, dos meus dedos nascem palavras, histórias e às vezes relatos com esse. Sempre escrevendo. Sempre sobre você.
Me lembro da vez que você falou "Afê! Você usa Caps Lock pra letras maiúsculas?!", eu achava normal usar essa tecla, quando vc me disse que era mais prático usar a "Shift". Então tá.
Agora olhando sem querer para os meus dedos escrevendo sobre você noto um brilho diferente, que faz meu coração apertar um pouco mais, que faz minha garganta dar um nó mais apertado que o coração, que me faz pensar... Em você.
Às vezes eu penso que seria melhor ficar sem falar com você. Às vezes eu penso que é melhor ficar sem escrever pra você. Mas a janelinha pisca, o telefone me olha, o prateado no meu dedo, a minha mão direita, o timbre da sua voz que muda um pouco ao telefone. São coisas que às vezes eu acho melhor não ouvir, olhar, sentir. Doses homeopáticas de você entrando na minha mente, coração e veias...
Que saudade de te ter aqui, pertinho, comigo.
Sua, pequeninha.

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